TERRA DE ANDREA
domingo, 27 de abril de 2014
A Produção do Charque em Pelotas no Séc. XIX
Este texto foi publicado pelo inglês Nicolaus Dreys no ano de 1839 no livro Noticia Descritiva do Rio Grande, tentando descrever essa "novidade" que era a forma de produção do charque no sitio charqueador pelotense...
Cruzei ele com a gravura e de J. B. Debret de 1827 "Charqueada em Pelotas", usei também um desenho de Pedro Marasco para o storyboard do filme Concerto Campestre, a aquarela do alemão Wendroth de 1857 intitulada "Dança de Negros em Pelotas" eo desenho de Carybé "Ala de Oxalá". Afim de tentar visualizar esse engenhoso processo de produção que mudou a história e o destino de tantos... E fundou duas cidades... Pelotas RS Aracati CE
sábado, 26 de abril de 2014
F de Fujão
domingo, 1 de novembro de 2009
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
domingo, 25 de outubro de 2009
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
domingo, 20 de setembro de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
quarta-feira, 13 de maio de 2009
terça-feira, 10 de março de 2009
TALENTO NA CONSERVAÇÃO DA ESCAIOLA

Ela imita o mármore. Apenas com a pintura produz efeito que evoca o encaixe das pedras. Em alguns casos, conforme o desenho e movimento no acabamento, também insinua a madeira como revestimento. Trata-se da "escaiola", que se difundiu em Pelotas ao final do século dezenove, chegando até os anos sessenta do século vinte. A técnica tem como base o "marmorino" – massa – que é base à pintura, seguida pela veladura que fixa a arte. A pintura cabia aos artífices – o saber era transmitido através de gerações, e algumas famílias se notabilizaram no trabalho –, que foram desaparecendo já que a técnica foi se tornando obsoleta. Na cidade, no entanto, através de estímulos como o Projeto Monumenta, tem ocorrido resgate da habilidade. E já há artífices de uma nova geração. Um talento que se sobressai é Fábio Galli, artífice restaurador que até início de fevereiro, dedicava-se à manutenção dos revestimentos que valorizam o prédio do Instituto João Simões Lopes Neto – rua D. Pedro II nº 810.

MANUTENÇÃO – Escaiolas do Instituto foram feitas por José Moreira dos Santos em 1907. Durante as décadas do século passado, porém, o revestimento foi agredido por camadas de tinta, pregos e cola. Em 2005, Galli empenhou-se pela restauração. Em menos de três meses, ele resgatou o trabalho original. Sua habilidade decorre da formação com diferentes etapas. Técnico em química, participou de cursos oferecidos pelo Instituto Ítalo-Americano, em parceria com o então CEFET/RS e Prefeitura. Como as escaiolas necessitam de manutenção, ao final de janeiro ele retornou para novo trabalho no Instituto. Em duas semanas, acompanhado pelo aprendiz André Valeirão, eles transformaram o ambiente. Houve a movimentação de andaimes, e até foi improvisada uma bancada com líquidos e equipamentos. Para a limpeza, extraindo principalmente a fuligem, sutileza e paciência, pois o trabalho é minucioso, feito com algodão e água destilada, também cera de abelha e essência de Terebentina. Conforme Galli, trata-se de "manutenção conservativa", apropriada aos estilos geometrizado e artístico presentes no Instituto. Numa das peças do prédio, onde não foi possível o resgate completo, está uma "janela didática". Trata-se de fragmento do revestimento original, que educa acerca da necessidade de conservação da técnica.

OFICINA – Dias 3 e 4 de março, o artífice restaurador, que está cursando Tecnologia em Conservação e Restauro na UFPel, estará ministrando oficina no Instituto João Simões Lopes Neto. Ele divulga que podem se inscrever desde pedreiros até acadêmicos, pois serão compartilhas informações acerca da técnica da escaiola. Informações no Instituto: 3027.1865. Contato com o artífice: (53) 9981.2966. E-mail: fabiogallirestauro@uol.com.br

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
TEMPLO DAS AGUAS...

Se a distância está exata


Local de saída do ônibus: Deodoro com Neto.
Empresa São Jorge. Colônia Maciel
Horários de ônibus Pelotas para Colônia São Manoel
Segunda à Sexta Sábados Domingos e Feriados
7:15 9: 50 9:00
9:50 12:15 12:00
12:15 15:30 18:30
15:30 18:30 19:30
16:45
18:30
Retorno para a cidade:
7:45
11:45
13:50
17:05
Serviços
- Cachoeiras
- Trilhas opcionais
- Piscina de pedra com água natural
*não trabalham com camping
Diária – R$ 5,00 com suco.
Almoço – R$ 10,00 por agendamento
Café – R$ 10,00 por agendamento
Visitação – R$ 3,00 com suco
sábado, 10 de janeiro de 2009
RIO DE SANGUE Parte I: O Começo

Até chegarem os grandes navegadores. Portugueses e espanhóis dominaram o continente do norte para o sul, tomando tudo o que viam pela frente como seu. Portugueses pelo leste, espanhóis pelo oeste em disputas fronteiriças entre si, mas sem duvidar nunca que eram os donos de tudo. Quando o território começou a afunilar essas disputas se tornaram mais acirradas, até o inevitável encontro.
A terra encontrou o mar, portugueses e espanhóis disputavam o mesmo pedaço.
A Província de São Pedro do Rio grande do sul só teve sua posse e fronteiras definidas no ano de 1777, das missões Jesuítas até o oceano Atlântico era território português. Já havia nessa época um pequeno núcleo urbano em função do forte militar Jesus Maria Jose e do Porto que se localizava no único ponto do litoral em que a presença das lagoas não impedia o cesso direto ao continente. Foi nessa província ainda sem nenhuma atividade econômica relevante, que no ano de 1779 desembarcou um português vindo da Província do ceara na companhia de alguns negros, e a idéia de produzir carne salgada. Como o processo exigia a secagem da carne em varais, as praias de areia fina do Rio Grande não foram adequadas. E foi à procura do lugar ideal que esses homens chegaram às margens do arroio Pelotas em 1780.




sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
RIO de SANGUE Parte II: O processo de produção


O inglês Nicolau Dreys na obra Notícia Descritiva da Província do Rio Grande de São Pedro de 1839 detalha esse processo de forma minuciosa.
"O modo de matar gado, primeira operação da charqueada, deve naturalmente influir sobre o asseio do estabelecimento,e infelizmente esse modo não é uniforme em todas as partes, nem igualmente aperfeiçoado; difere segundo as províncias e até, em certos lugares, segundo as charqueadas; na campanha de Montevidéu, e mesmo nas charqueadas limítrofes da Província do Rio Grande, os peões montam a cavalo; um deles estimula o animal recolhido num curral aberto agitando ante seus olhos um ponche colorado, e quando o novilho exasperado lança-se afinal sobre o agressor e entra a persegui-lo, outro peão armado de uma lança comprida cujo ferro tem feitio de meia lua, corre atrás do boi e corta-lhe o jarrete, abandonando-o logo que cai para ir atrás de outro boi preliminarmente excitado pelos mesmos meios; entretanto, um camarada ou u negro toma conta do animal e sangra-o; esse método não é sem perigo, mas por isso mesmo agrada aos hábitos aventurosos dos gaúchos [...] Porem homens tão esclarecidos com são em geral os charqueadores do Rio Grande* não podiam deixar de chamar a indústria em auxílio de seus trabalhos, tanto para economizarem os braços como para minorarem, quanto possível , não só o perigo como também as repugnâncias inseparáveis do ato e da conseqüência da matança; hoje em dia, nas charqueadas as mais bem organizadas, matam-se os bois por um método mais expedito, mais seguro e menos cruel. O gado fechado no curral é impelido na direção de dois corredores, separados um do outro por uma espécie de esplanada levantada a sete ou oito palmos do solo; um peão em cima dela, lança no boi um laço cuja extremidade esta atada , fora do recinto, num cabrestante posto em movimento por um ferralho (trinqueta), manejada por dois negros: quando o boi, puxado pelo laço, chega a encontrar-se com a cerca contra a qual a cabeça se acha comprimida, uma pessoa, que o espera exteriormente, introduz-lhe a ponta da faca nas primeiras clavículas cerebrais, donde resulta ficar espontaneamente privado de movimento; nesse estado, um guindaste, rodando sobre o eixo, eleva o animal asfixiado para fora do curral por cima do cercado e o transporta para debaixo do telheiro, sobre um lajedo disposto em segmento de esfera, onde se sangra, sem que graças a disposição bem entendida do lugar, a operação deixe depois vestígios nenhum. Retalhado o boi, levam-se as mantas (assim se chama as partes musculares) para o salgueiro, e não há nada mais fresco e menos enojoso que o salgadeiro: vasto alpendre guarnecido de todos os lados, até mesmo no chão, de folhas de butiá que escondem o hediondo da morte debaixo de um véu de verdura e não revela ao olfato nenhum átomo de mefitismo. Depois de salgada, a carne a carne empilha-se ali mesmo pra se lhe extrair a umidade, a qual corre com sal derretido e supérfluo num reservatório inferior, onde se lança subseqüentemente as costelas, as línguas e outras partes que se quer conservar na salmoura. Esgotada que seja, a carne é levada do salgadeiro para os varais: assim é denominada uma grande extensão de terreno plantado de espeques arruados, de quatro a cinco palmos de altura,atravessados por varas compridas em que se suspendem as mantas para secarem pela ação do sol e dos ventos; quando se receia alguma chuva repentina, o toque de um sino chama, para os varais, todos os negros da charqueada, e coisa curiosa é ver como num instante a carne amontoada por porções nos mesmos varais se acha escondida debaixo dos couros que não permitem o menor acesso às águas do céu. Estando a carne perfeitamente seca, é disposta em forma de grandes cubos oblongos assentado num chão artificial, levantado de três a quatro palmos, para dar passagem ao ar; nesse estado cobrem-se ainda de couros para esperar o embarque. [...] È uma ocupação regular distribuída segundo as forças de cada negro, no desempenho da qual o negro entra com tanto mais vontade que não se pode dissimular que alguma coisa tem de conforme o trabalho com suas inclinações.


RIO de SANGUE Parte III: Revolução

Para declarar guerra ao império, os revoltosos formaram um exercito juntando tropas de generais do exercito que aderiram a causa, formam assim o "exercito farroupilha", liderados pelo Gen. Bento Gonçalves, lutam por um país independente.
A participação decisiva dos Lanceiros como ressalta Garibaldi em sua biografia escrita por Alexandre Dumas fala em "soldados de uma disciplina espartana, que com seus rostos de azeviche e coragem inquebrantável, punham verdadeiro terror ao inimigo".
1100 guerreiros negros foram desarmados e deixados no Cerro dos Porôngos para uma emboscada previamente acertada com o Exercito Imperial. Conforme o combinado a chacina poupou apenas os brancos e índios, pois essa gente ainda poderia ser útil.
"Eram desgraçados, sim, eram pobres, eram maltrapilhos, aqueles guerreiros que, para não morrer de fome, contentavam-se com um bocado de carne crua; acampavam e dormiam ao relento, com a face voltada para as estrelas; não tinham dinheiro, nem uniforme, e não podiam renovar as botas e os 'ponches' que o pó da estrada, as balas, as cutiladas, as chuvas estraçalhavam e apodreciam; [...] prezavam seu nome de Farrapos, e tinham orgulho de sua pobreza: [...] eram mais ricos assim, possuindo apenas o seu cavalo, a sua garrucha, a sua lança e a sua bravura [...]."
RIO de SANGUE Parte IV: Opulência Abolição Queda

Com o termino da guerra os negócios prosperaram, o charque criava em torno de si um mundo de luxo e riqueza.

Nobres e abastados os charqueadores se transformaram em "Barões", a fama do "Refinamento Pelotense" correu os salões até chegar na corte, no apogeu do charque recebe a visita da família Imperial.... Recebe da proria Isabel o titulo de Princesa do Sul...

As senzalas continuavam cheias de um povo que conseguia dar conta daquela lida do charque e manter impecáveis os salões...

Mais alguns anos e o Banco fundado com o dinheiro do charque quebrou...

Do rolo que o tempo, a necessidade, ambição e a cobiça fizeram saímos nós, sem tirar nem por...


quinta-feira, 20 de novembro de 2008
20 de NOVEMBRO
Até eu cantei charqueada
Mas descobri que meu canto
Carne escura exposta ao vento
Oliveira Silveira
Que bloco é esse?
Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você.
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você.
Somo crioulo doido e somo bem legal.
Temos cabelo duro é só no black power.
Somo crioulo doido e somo bem legal.
Temos cabelo duro é só no black power.
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você.
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você.
Branco, se você soubesse o valor que o preto tem.
Tu tomavas banho de piche, branco e, ficava preto também.
E não te ensino a minha malandragem.
Nem tão pouco minha filosofia, porquê?
Quem dá luz a cego é bengala branca em Santa Luzia.
Meu DeusQue bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você.
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você .
Essa história se resolve a bateria e voz
Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemos mostrar pra você.
Que bloco é esse? Eu quero saber?
É o mundo negro que viemos mostrar pra você .